segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A Franco-Maçonaria


INTRODUÇÃO
            Durante muito tempo a Maçonaria foi mal interpretada pelos seus autores. Alguns escreveram sobre ela baseando-se em mitos, aos quais a Franco-Maçonaria não ousou destruir, uma vez que estes os ajudavam a continuarem a ser uma sociedade secreta e imputar medo a algumas pessoas. A maçonaria queria imputar medo a alguém? Não no sentido literal da palavra, mais na verdade queria que eles a deixassem em paz. Todos os crimes contra grandes presidentes, líderes de estados e outro grandes chefes era de responsabilidade da Maçonaria.
            Ouvimos dizer por aí que os seus membros fazem pacto com o demônio para adquirir bens, dinheiro, sucesso. Na verdade isso faz parte da visão que a Igreja Católica concedeu aos maçons, pois, a partir do momento que ela descobriu a influência que representavam ela vai tentar retirar os poderes que eles possuíam proibindo-os de participar das missas, de comungar e quem infligisse estas leis estaria sujeito a excomunhão.
            Porém a Maçonaria cansou de ser tratada como a responsável por tudo o que há e o que acontece de ruim. Há um tempo não havia lojas femininas hoje já se encontra, a Maçonaria tem aberto suas lojas à visitação publica e ainda mais além tem permitido assistir às suas reuniões. Para que as pessoas possam desmitificar a ideia de que eles fazem coisas do além em suas reuniões que invocam o poder de Lúcifer[1].
             Portanto, falar da Franco-Maçonaria é necessário, uma vez que é preciso mostrá-la como ela é e não como as pessoas quiseram vê-la no século XX e ainda tentam vê-la em pleno século XXI. Mostrar como e onde surgiu o porquê de seu surgimento em qual contexto qual a sua ideologia seus princípios. Seu ontem e seu hoje. Recordando apenas que em pleno século XXI ainda há a mesma Maçonaria que surge na Idade Média, apenas com uma diferença hoje não se associam a ela só os pedreiro construtores de grandes catedrais mais toda e qualquer pessoa desde que seja de boa índole, creia em um Deus (GADU[2]) destes qualquer um está apto a ser escolhido.

INTRODUCTION:

            For a long time Freemasonry was misinterpreted by their authors. Some wrote about it based on myths, which Freemasonry dared not destroy, as they helped them remain a secret society and impose fear in some people. Freemasonry wanted impute fear anyone? Not in the literal sense of the word, the more they actually wanted to be left alone. All crimes against great presidents, leaders of states and other great chiefs was the responsibility of Freemasonry.
            We heard so that their members make a pact with the devil to acquire goods, money, success. Actually this is part of the vision that the Catholic Church gave the Masons, because from the moment she discovered that represented the influence she will try to remove the powers they held forbidding them to attend Mass, Communion and who inflicted these laws would be subject to excommunication.
            But Freemasonry is tired of being treated as responsible for all that is bad and what happens. There's a time there were stores Women today already, Freemasonry is open to visitors publishes its stores and beyond has allowed to attend its meetings. For people to demystify the idea that they do things in their meetings beyond that invoke the power of Lucifer [1].
             So, speaking of Freemasonry is necessary, since it takes to show it as it is and not as people wanted to see her in the twentieth century and still try to see it in the XXI century. Show how and where did why his appearance in what context their ideology which its principles. Its yours today and yesterday. Recalling that only in the XXI century there are still the same Freemasonry that arises in the Middle Ages, with only a difference today do not associate it only the builders of the great cathedrals mason more from any person who is good-natured, believe in a God (GAOTU [2]) of any one is apt to be chosen.



A FRANCO-MAÇONARIA
            Mesmo conhecendo a dificuldade de se definir uma fraternidade universal, pode-se generalizá-la, no entanto, como sendo uma sociedade de cunho iniciativo:
“de caráter fraternal, possuidora de uma organização baseada em rituais e símbolos na qual o segredo ocupa papel fundamental. É uma instituição que foi e permanece sendo acessível principalmente ao sexo masculino e que tem por objetivos o aperfeiçoamento intelectual da sociedade, de seus filiados e a promoção da ação filantrópica interna e externa; caracteriza-se por não orientar política e religiosamente seus membros”. (COLUSSI, 2003)
            Um candidato a maçom não precisa necessariamente se desligar da sua religião, pois a condição primordial para que este seja aceito como membro da fraternidade, é a não negação da existência de um Deus, além de ter boa reputação e a moral íntegra. Pois a fraternidade proclama a existência de um príncipe criador, denominando-o como O Grande Arquiteto do Universo.
            Todo pensamento maçônico deve ser criador, filantrópico, e visando o bem comum. Alguns dos princípios da ordem são: buscar o crescimento do homem através do trabalho, proclamar a liberdade de consciência como um sagrado direito do homem, não impor limite à investigação da Verdade, condenar o despotismo, cultuar a Pátria e a família, exigindo a elas respeito absoluto. Exalta a completa tolerância e rejeita todas as afirmações de dogmas e todo fanatismo.
            José Castellani afirma que entende a maçonaria como “uma instituição eminentemente política, atuando dentro de padrões éticos, consubstanciados na própria essência sociológica da política, no sentido da manutenção das grandes conquistas sociais da Humanidade e da defesa do liberalismo e das ideias libertárias”.
Seus membros se dividem em três graus simbólicos de hierarquia, que são: Aprendiz, Companheiro e Mestre. Compreendendo 33 graus, do aprendiz (1°. Grau) ao “Soberano Grande Inspetor Geral” (33°.) segundo o Rito escocês Antigo e Aceito, o mais praticado no mundo.
            Um indivíduo pode ingressar na maçonaria através de um convite feito oficialmente pelo padrinho, um maçom já estabelecido, de qualquer grau. É consultada a família e amigos próximos do candidato, onde através de longas conversas é perguntado tudo sobre sua vida particular, ate envolvimentos políticos e gostos pessoais. Por exemplo, se o candidato é casado e sua esposa não aprova o ingresso, o processo é interrompido e não passa a fase seguinte. Depois de serem levantados todos os dados, é realizada uma votação secreta onde, aqueles que tenham algo contra o ingresso do candidato, expressam sua opinião. Somente depois de alcançada a unanimidade é que se passará para a próxima etapa: a cerimônia de iniciação. Onde o iniciado é recebido com uma venda nos olhos e submetido às provas da terra, da água, do vento e do fogo, antes de morrer simbolicamente e renascer franco-maçom: então é aprendiz.
            A realização dos encontros se dá em locais denominados Lojas Maçônicas de endereços públicos e a agenda de encontros, normalmente, é estampada num mural que se encontra na fachada. Cada Loja é liberada para seguir um dos vários ritos maçônicos existentes. O que todos têm em comum é apenas o uso dos três graus simbólicos. Os assuntos diretamente políticos ou religiosos são evitados em benefício de uma conduta maçônica.

ORIGENS: DAS LENDAS ANTIGAS AOS FATOS MODERNOS

            A origem da palavra “maçom” vem etimologicamente do latim e traduzida do francês, que quer dizer, "pedreiro".
            O texto bíblico (II Crônicas 2.17 e Reis 5.15 e 17) nos conta que o rei Salomão não conseguiu mão de obra qualificada em Israel para a construção do seu templo. Hirão Abif assumiu o comando de obras e recrutou cerca de 153.600 trabalhadores, mas tendo em vista as diferentes aptidões e responsabilidades que iriam assumir na construção, Hirão os dividiu em três categorias: os aprendizes, os companheiros e os mestres. Como a maioria dos trabalhadores era analfabeta, as comunicações entre eles eram feitas por meio de sinais, toques e palavras.
            Segundo Sergio Pereira Couto, “a estrutura de Hirão foi logo copiada em outros países e começou a originar outras associações em terras distantes, como o Oriente. De lá seguiu para o Ocidente onde, na Europa, ressurgiu sob o aspecto da franco-maçonaria”.
            Hirão tinha o hábito de percorrer todos os dias seu canteiro de obras e um dia foi surpreendido por três companheiros que procuravam lhe arrancar os segredos do domínio. Diante de sua recusa, mataram-no e enterraram seu corpo. Desde então, estacionou-se a construção do templo que até hoje permanece inacabado. Supõe-se que os maçons fazendo alusão aos antigos pedreiros devam trabalhar constantemente para seu acabamento.
            Já a Maçonaria como instituição associativa deu os seus primeiros passos em 1356, quando um grupo de pedreiros se dirigiu ao prefeito de Londres, e solicitou o registro da Associação de Pedreiros Livres. Oficialmente registrada e devidamente autorizada, os seus membros passaram a ter certos direitos e vantagens, tais como: Trânsito Livre, ou seja, liberdade de viajar; Liberdade de reunião; e a Isenção de impostos.
            No entanto, a maçonaria como fraternidade conhecida nos dias atuais é recente. Ela emerge no século XVII numa Inglaterra devastada por guerras de religiões, berço do cisma provocado por Henrique VIII que reagiu contra o Vaticano. A fraternidade abandonou sua origem ligada às velhas confrarias de pedreiros da época medieval e os novos maçons fundam uma franco-maçonaria não mais operativa, mas especulativa, baseada em valores de humanismo, de tolerância e de fraternidade.
            É nesse contexto que homens livres e tolerantes fundam espaços de diálogo amplos, abertos. Os novos membros maçons empregam o vocabulário de uso das antigas corporações, que antigamente sabiam cortar a pedra tenra, chamada free Stone; eram denominados os free Stone masons ou freemasons, os “franco-maçons”.
            Oficialmente, o ato que fundou da franco-maçonaria moderna data de 1717, quando quatro lojas inglesas decidem fundar uma Grande Loja da Inglaterra que confedera todas as lojas do Reino Inglês. Grande parte dos historiadores concorda que tal Loja era
“uma espécie de escola de formação humana de caráter cosmopolita e secreto, reunindo homens de diferentes raças, religiões e línguas, com o objetivo de alcançar a perfeição por meio do simbolismo de natureza mística e/ou racional, da filantropia e da educação” (BENIMELI, 2008).
            Os homens que integravam a Maçonaria neste período eram na sua maioria, protestantes, livres pensadores, capazes de contestar os dogmas e o poder que a Igreja exercia sobre o povo. Ela representava um tipo de organização particular à nova sociedade civil. Nas lojas maçônicas e através delas, a burguesia articulava uma forma social própria, vivendo de acordo com suas próprias leis. Nesse contexto, as lojas maçônicas se transformaram em terreno propício à discussão e divulgação do ideário da iluminista. O padre Augustin Barruel, antigo franco-maçom, curiosamente, chega a afirmar que a própria Revolução francesa foi resultado de um complô maçônico.

O BRASIL IMPORTA IDEIAS

            O iluminismo português, por mais que tenha sido considerado “acovardado”, possibilitou a formação intelectual de toda uma geração de estudantes brasileiros que, depois de passar pela Universidade de Coimbra, foram os principais responsáveis pela introdução das ideias iluministas no mundo colonial.
            Além de receber estas novas ideias europeias, a sociedade brasileira do final do século XVIII e início do XIX recebeu, também, o ideário maçônico e sua ordem que, transformou-se no principal veículo de divulgação desse novo pensamento iluminista e, portanto, logo assumiu um caráter nitidamente antimetropolitano, ou seja, engajado nas articulações de emancipação política da Colônia. Isso significa dizer que a luta pela emancipação esteve ligada à expansão das ideias liberais e da própria maçonaria.
O historiador maçom José Castellani na sua obra clássica História do Grande Oriente do Brasil originalmente publicada em 1993, aborda a trajetória da maçonaria brasileira nos séculos XIX e parte do XX. No ano de 2009 foi reeditada incluindo uma segunda parte, escrita pelo também maçom William Almeida de Carvalho, que trata da história recente do Grande Oriente do Brasil (GOB). Na obra, que pode ser considerada um dos trabalhos mais completos publicados a respeito da maçonaria no Brasil e sua atuação em importantes acontecimentos políticos e sociais, como a Independência do Brasil (1822), Abolição da Escravatura (1888) e a Proclamação da República (1889). Reinhart Koselleck, Alexandre Mansur Barata e Eliane Lucia Colussi também possuem renomados trabalhos sobre o assunto.

AQUI TUDO É SEGREDO

            O motivo do assassinato de Hiram é um mistério até os dias de hoje, mas envolveria segredos de engenharia guardados por ele e uma disputa por promoções de cargo. O fato é que Hiram foi para o túmulo, mas não revelou o que sabia. Além de mártir, virou exemplo de bom comportamento maçônico.
            O secreto cria um novo gênero de comunidade, onde o „mistério‟ é o cimento da fraternidade e uma forma de educação moral, forjada no compromisso fundamental de guardar segredo. Koselleck diz que a “função protetora do secreto relaciona-se à necessidade de a maçonaria separar as esferas da moral e da política”.
            A principal função do secreto era dissimular as consequências políticas dos procedimentos morais de oposição ao Estado absoluto.
Mas existe também o lado conspiratório da maçonaria, em 1885, um antigo franco-maçom chamado Léo Taxil, anticlerical recém-convertido ao catolicismo, publica revelações estrondosas. Em seu livro Os irmãos Três Pontos, sustenta que a “maçonaria é essencialmente satânica, que o demônio em pessoa presidiria certas reuniões enquanto os maçons se entregariam a missas negras...”vi A obra teve grande repercussão visto que a maçonaria sempre foi acusada por muitos de satanismo. Porém, a questão muda bruscamente de direção quando o autor revela, três anos depois, que seus escritos simplesmente não passavam de farsa. De nada adianta, as acusações persistem.
            Casanova já observava no século XVIII que “o segredo da maçonaria é inviolável por natureza, porquanto o maçom [...] não o aprendeu de ninguém. Ele o descobriu de tanto ir à loja, de tanto observar, raciocinar e deduzir.”.

ALGUNS SIMBOLOS MAÇONS

            Grande parte da simbologia maçônica provém dos instrumentos de trabalho dos antigos pedreiros. Assim, o esquadro e o compasso estão presentes em toda a parte: o primeiro é associado à retidão moral, enquanto que o segundo se refere à medida que todo maçom deve adotar em seu comportamento (ver apêndice A, imagem A). A colher de pedreiro, o prumo, o nível completam esse quadro de utensílios operativos. As duas colunas que ornam a entrada das lojas, remetem ao Templo de Salomão, enquanto que o teto, pintado de azul, sublinha seu acabamento e estimula cada maçom a trabalhar em si próprio como se fosse uma pedra no edifício da fraternidade humana. Outros símbolos aparecem: o sol e a lua, o triângulo, cuja forma convida a ultrapassar os contrários ( ver apêndice A, imagem B). O olho (ver apêndice B, imagem C) faz referência ao conhecimento e à vezes ao Grande Arquiteto do universo, príncipe organizador do mundo, ao qual alguns maçons conferem o nome de Deus.

LUZ VERSUS SOMBRAS

            A Maçonaria pode-se dizer, nasceu na Igreja Católica. Como construtores que eram os maçons passavam longo tempo a construir catedrais e mosteiros. Estes pedreiros, homens simples, ignorantes e rudes, recebiam principalmente dos dominicanos, com quem viviam em estreito relacionamento, instrução e evangelização. Além de ler e escrever aprendiam a dar graças, a caridade e os princípios morais do cristianismo.
            Porém, já era de se esperar que todo o mistério que envolve a maçonaria, mais tarde, resultaria em desconfiança por parte de governos e da Igreja Católica, que muitas vezes entrou em choque direto com a fraternidade.
            Apesar das perseguições tal fraternidade se difundiu por toda a Europa e pelo continente americano a qual os intelectuais e os nobres aderiram. Porém, essa expansão não ocorreu de modo uniforme, sendo menos intensa nas regiões onde o poder de perseguição da Igreja Católica era incontestável, como em Portugal, na Espanha e na Itália.
            No dia 28 de Abril de 1738, duas décadas após a formação da Grande Loja de Londres, o papa Clemente XII, na sua carta apostólica In Eminenti Apostolatus Specula, instituiu a primeira condenação pontifícia da maçonaria, conhecida como Bula mãe.
Esta Bula acusa os maçons como suspeitos de heresia em função do segredo e do seu juramento “pois se os maçons não fizeram o mal, não teriam esse ódio à luz”viii.
Esta condenava não só os maçons à excomunhão, como também a todos aqueles que promovessem ou defendessem a causa maçônica. O mesmo foi feito em 1751 por Bento XIV, com a constituição apostólica Providas.
            Um dos Papas que mais se destacou na campanha católica contra a Maçonaria, foi Pio IX (1846-1878) e depois seu sucessor Leão XIII (1878-1903). Durante o seu mandato, Pio IX emitiu 116 documentos com ataques e condenações às sociedades secretas. No entanto, curiosamente em 1823 foi iniciado numa loja maçônica em Santiago do Chile, há quem alegue que o intuito dele ingressar na Maçonaria teria sido o de conhecer mais de perto o inimigo da fé.
            Esses diversos decretos contra a maçonaria, estão presentes no Codex Juris Canónico (CDC) que formam o conjunto de leis que consolidam o direito dentro da Igreja. De todos eles os mais fortes e conhecidos são os números 2335 e 2336 que castigam com a excomunhão as seitas maçônicas que maquinam contra a Igreja
2335 - Os que dão o seu nome à seita maçônica ou outras associações do mesmo gênero, que maquinam contra a Igreja ou contra as potências cíveis legítimas, incorrem imediatamente do ato, em excomunhão simplesmente reservada à Sede Apostólica.
2336 - Os clérigos e os religiosos que dão o seu nome à seita maçônica ou a outras associações semelhantes, devem também ser denunciados à Sagrada Congregação do Santo Ofício.
            As ações da Igreja Católica se intensificaram no sentido de combater a expansão do liberalismo, do racionalismo e de seus impactos nos campos religiosos, filosófico e político. Esse combate ao mundo moderno ficou conhecido como ultramontanismo, que além de condenar o protestantismo, se voltava contra a Maçonaria, considerada como a principal responsável pela perda dos Estados Pontifícios. No entanto, a maçonaria era incumbida de promover a indústria e a lavoura, educar o povo, fazer a cidade progredir expandindo enfim “as luzes”. Expandir as luzes significava também combater a escravidão e o ultramontanismo, o principal entrave ao desenvolvimento.
            O ultramontanismo do século XIX colocou-se contra uma série de coisas que eram consideradas erradas e perigosas para a Igreja. Entre esses “perigos” estavam o galicanismo, o jansenismo, todos os tipos de liberalismo, o protestantismo, a maçonaria, o deísmo, o racionalismo, o socialismo e certas medidas liberais propostas pelo estado, tais como a liberdade de religião, o casamento civil, a liberdade de imprensa e outras.

FIÉIS MAÇONS

            Normalmente, os candidatos têm a ideia que é a Maçonaria que combate a Igreja e não o contrário. No Brasil, durante a investigação que é feita a um candidato inclui-se a afirmação que "alguns sectores religiosos condenam à Maçonaria" e pergunta-se ao candidato se ele sabe disso. Invariavelmente o inquiridor vê-se confrontado com uma série de perguntas, querendo conhecer os motivos que poderia ter a Igreja para condenar à Maçonaria e de que forma o maçon poderia ser prejudicado com esta condenação.
            Em Novembro de 1973 foram iniciadas conversações entre representantes da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) e da Confederação Maçônica do Brasil para estudar as doutrinas católica e maçônica. A iniciativa surgiu em 1971 através de Dom José Ivo Lorscheiter, então Secretário Geral da CNBB. Desde o seu inicio, a primeira reunião de fato aconteceu em 1993, os encontros anuais tem sido realizados em Porto Alegre (RS) e as discussões são sobre temas sobre os quais possam existir possíveis "divergências doutrinárias" entre as duas instituições.
            Dois pontos principais tem sido questionados pela Igreja como posição de reserva em relação à Maçonaria:
            1 O ritos simbólicos, centrando tudo no ser humano, reconhecem ainda a "Revelação Cristã"? Ou que espaço deixam à "Revelação Cristã", que os católicos reconhecem e aceitam?
            2 A procura racional da verdade, a moral autônoma, deixam espaço para a graça e a salvação em Cristo?

            Embora não tenha se manifestado a favor ou contra, o Vaticano está informado sobre os encontros, que continuam a ser realizados em Porto Alegre, e manifestou que o assunto é de responsabilidade das autoridades religiosas brasileiras. Tal documentação vai sendo arquivada numa pasta denominada "Assuntos da Maçonaria".
Em 1984 aparece um novo Código de Leis Canônicas, a "Sacrae Disciplinaes Legis", caindo à quantidade total de artigos de 2412 para 1728. Este novo Código expurga a excomunhão aos maçons, mas, a Sacra-Congretatio Fidelis, através do seu Prefeito, Cardeal Ratzinger esclarece que "os fiéis que pertencem às associações maçônicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da sagrada comunhão".
            O Brasil é o país onde mais tem acontecido maior quantidade de encontros de bom relacionamento entre a Igreja e a Maçonaria, pois são inúmeras as vezes que palestrantes convidados por Lojas maçônicas no país todo, têm sido prelados da Igreja, demonstrando que a maçonaria brasileira é essencialmente cristã.
            Em 1968, sempre sobre o Cânone 2335, o Grão Mestre da Grande Loja Unida da Alemanha, Theodor Vogel, entra em contato com o Cardeal de Viena, Franz Koening, e deste diálogo surge uma Comissão formada por maçons e autoridades eclesiásticas que tem várias reuniões. No final destas reuniões é divulgada a Declaração de Lichtenau, em cinco de Julho de 1970, que advogava o fim da controvérsia, ao referir que as Bulas referentes à Maçonaria tão somente têm interesse histórico, não fazendo sentido nos tempos atuais e que a Lei Canônica torna-se impossível para uma Igreja que ensina a amar seus semelhantes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
            Não pretendo através desta pesquisa esgotar um tema que de certa forma é inesgotável. Acredito que, apenas me utilizo deste trabalho pra induzir outros depois de mim a empreenderem a longa caminhada em busca da verdade, o Historiador é aquele que diante do mundo não se acostuma ao que já existe. Contrariando alguns historiadores que afirmam que a Maçonaria é uma instituição inexpressiva, problematizo a ação de tal instituição que surgiu na Idade Média e que foi reformulada ao longo dos anos, se tornando o que ela é.
            E entre o inicio de uma Idade das Trevas ao surgimento da Idade moderna, percebe-se que a Maçonaria teve grandes transformações, pois deixou de ser uma Maçonaria de Oficio e passou a ser uma Maçonaria especulativa, pois hoje já não se precisa ser pedreiro para que você possa ser um free mason, mais simplesmente não negar a presença do GADU, conhecido alguns por Deus, ter uma moral integra e ser aceito pelo grupo.
            Portanto, não pretendo fazer com que os demais pesquisadores se acanhem mais muito pelo contrário, reconheço que outras obras virão, outros textos, outros autores, sendo assim reconheço os limites do meu texto.




REFERÊNCIAS:
BAUER, Alain, O Nascimento da Franco-Maçonaria: Isaac Newton e os Newtonianos. 1ed. São Paulo, SP. Madras, 2008. 120 p.
PASCHOAL,Alfredo. Templários História da Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão. 1ed. São Paulo, SP: Madras,2006. 399p.
COLUSSI, Eliane Lucia. A maçonaria gaúcha do século XIX; 3 ed. Rio Grande do Sul: UPF, 2003. 575 p.
COUTO, Sergio Pereira. Maçonaria. São Paulo: Universo dos Livros, 2005. p 8.
BENIMELI, José A. Ferrer. Arquivos secretos do Vaticano e a Franco-Maçonaria. São Paulo: Madras, 2010. 832 p.
FANTHORPE, Lionel e Patrícia. Os Mistérios do Tesouro dos Templários e do Santo Graal os Segredos de Rennes-Lê-Château. 1ed. São Paulo, SP: Madras, 2006. 320p.
BAUER, Alain, O Nascimento da Franco-Maçonaria: Isaac Newton e os Newtonianos. 1ed. São Paulo, SP. Madras, 2008. 120 p.
http://www.rlmad.net/index.php?option=com_content&task=view&id=231. Acesso em 01 de novembro de 2012 às 13:40.

JERUSALÉM, Biblía. Tradução dos Setenta. Paulus Editora. São Paulo, 2009.




APÊNDICE:

Legenda: Compasso e Esquadro. Símbolo que aparece em todas as lojas Maçônicas. O compasso representa a retidão moral enquanto o esquadro representa a medida que todo maçom deve adotar em seu comportamento.


Legenda: O triângulo convida o maçom a ultrapassar os contrários, buscar a retidão. O simbolismo do triângulo cruza se com o do número Três. E Três é universalmente um número fundamental que exprime urna ordem intelectual e espiritual, em Deus, no Cosmos e no Homem.

Legenda: O olho, faz referência ao conhecimento e às vezes ao Grande Arquiteto do Universo, príncipe organizador do mundo, ao qual alguns maçons conferem o nome de Deus.
Apêndice B:
 Texto A:
Segundo Crônicas capitulo 2 versículo 17.
17 Destinou setenta mil para o transporte, oitenta mil para as pedreiras da montanha e três mil e seiscentos para dirigir os trabalhos desse pessoal.
Texto B:
Reis capitulo 5 versículo 15 a 17.
15 Hiram, rei de Tito, enviou seus servos a Salomão, ao saber que este fora sagrado rei em lugar de seu pai, pois Hiram sempre tinha sido amigo de Davi. 16 E Salomão mandou esta mensagem a Hiran: 17 Bem sabes que Davi, meu pai, não pôde construir um templo para o nome de Yahweh, seu Deus, por causa das guerras...





[1]  Anjo caído, demônio.
[2] Grande Arquiteto do Universo.

Por: Lucas Fernando Sousa Faria

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