RESUMO
Os
bárbaros germânicos um povo vindo das regiões ao norte do império romano,
considerados não civilizados, rudes e sem cultura, porem na realidade detinham
cultura e uma sociedade orgânica, bem dividida, não detinham noção de estado apesar
disso existia uma justiça conhecida como lei de sangue. A religião extremamente
importante em suas vidas, desde sua noção de paraíso até suas divindades detinham
grande papel seu modo de agir e pensar. Guerreiros por natureza, a guerra era o
que fazia girar sua economia.
Palavras-chave:
bárbaros,
povos germânicos, idade antiga.
ABSTRACT
The Germanic barbarians a people coming from regions
north of the Roman Empire, considered uncivilized, rude and uncultured, however
actually owned an organic society and culture, and divided, not held notion
nonetheless existed a state known as justice law blood. The religion very
important in their lives, since his notion of paradise until their deities held
large role her way of acting and thinking. Warriors by nature, war was what
would turn its economy.
Keywords: barbarians, Germanic peoples, old age.
1
INTRODUÇÃO
O
presente artigo tem por finalidade apresentar a cultura e a sociedade dos
Reinos Bárbaros, com enfoque principal dos povos germânicos. A escolha desse
tema é devido ao pouco que se fala dos mesmos na idade antiga, cita-se muito da
democracia grega, dos guerreiros de Esparta e da republica de Roma, deixando-os
ditos bárbaros esquecidos. Apesar de considerados não civilizados, esses povos
detinham uma cultura inimaginável, um domínio enorme do ferro, uma religião
muito especifica que até hoje tem seus seguidores, além de dominarem a
agricultura e um grande fervor pela guerra.
Portanto
é clara a importância do estudo aos germanos no decorrer da historia mundial,
pois alem deles serem um dos fatores principais da queda do império romano, são
a base de uma das sociedades mais importantes de nossa era.
2
SIGNIFICADO DO TERMO BARBARO
O
termo bárbaro veio do grego antigo, βάρβαρος,
e seu significado é de “não grego”[1], ou seja,
estrangeiros que não tinham como língua materna o grego. Mas foi especialmente
no Império Romano que o termo adquiriu popularidade referindo-se aos não
romanos como incivilizados, demonstrando um grande preconceito contra aqueles
que não partilhavam da cultura romana.
O termo era bastante abrangente, pois todos que viviam alem dos
territórios romanos eram denominados bárbaros e estes incluem Alanos, Saxões,
Lombardos, Burgúndios, Visigodos,
Suevos, Vândalos, Ostrogodos, Hunos e outras subdivisões dos Germânicos.
3 ORIGEM DA PALAVRA GERMANO
Sabemos que primeiramente quem usou o termo
germano foi Posidônio por volta do Sec. I a.C em seu 30º livro, que junto com
suas outras obras encontram-se perdidas; e seu significado conforme Maria
Sonsoles Guerras é (1987, p.9-10) “[...] dele se deu a teoria segundo a qual a
palavra germano designava o conjunto de povos instalados entre os rios Reno e
Vístula.”.
Porém outra origem do termo como referencia a um
povo em si vem do latim :
Como um etnônimo, a palavra é comprovada pela primeira vez em 223
a.C. na
inscrição de Fasti Capotolini, DE GALLEIS INSVBRIBVS ET GERM, onde
ela simplesmente se refere a povos "próximos" ou relacionados aos
gauleses. Se o nome próprio posterior GERMANI deriva desta palavra, a referência a
este uso deve ser baseada na experiência romana de ver as tribos germânicas
como aliadas dos celtas.(Em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Germanos)
Visto
que se existem duas prováveis fontes, é impossível dizer corretamente de onde
se originou o termo, mas a partir do pressuposto da datação do documento
podemos afirmar que a origem latina do termo germano foi a primeira a existir,
visto que, sua datação vem do século Sec. III a.C, aproximadamente dois séculos
antes de Posidônio.
4 OS
GERMÂNICOS
Dentre os povos germânicos existem diversas
subdivisões, porém cabe aqui somente referir-se aos principais, visto que, muitos
desses povos tiveram grande influencia no mundo romano do qual somos
descendente, destes incluem os Godos, que habitavam a região conhecida como
Vístula hoje é a Polônia, deste surgiu duas subdivisões os Visigodos e
Ostrogodos, os primeiros ocuparam a península Ibéria até a chegada dos mouros
por volta do Sec. VI d.C, já o segundo ocupou o que chamamos de Escandinávia .
Outro importante povo germânico foi os Francos,
que formaram praticamente o que conhecemos hoje como França e Alemanha, além
desses temos os Anglos-Saxões, povo que habitou a região da Bretanha,também os
Teutões ,habitantes da região norte da
Europa e os Vândalos,que habitaram a região norte da áfrica especialmente em
Cartago onde ficaram até as invasões mouras.
É importante ressaltar que todos esses povos
deixaram sua marca nos dias atuais, principalmente os povos que foram
assimilados por outros, devido a hegemonia que os francos assumiram logo após a
queda do império romano, como os Lombardos, que apesar de incorporarem a outros
povos, deixaram sua marca na região da Itália nomeando a como Lombardia, mesmo
caso do Burgundios onde sua herança está na região da Borgonha e assim foi com
outros povos.
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SOCIEDADE
Algo comum a quase todos os reinos bárbaros era
de como sua sociedade estava subdividida, os mesmos não conheciam estado, o que
vieram a conhecer somente após a queda do império romano no ano 476 d.C
Os Reis dos povos francos, godos, vândalos etc, não tinham
nenhuma idéia de um Estado cuja responsabilidade lhes cabia. Eram proprietários
de suas conquistas e as partilhavam entre seus sucessores, em geral seus
fllhos. A idéia de explorar metodicamente suas riquezas igualmente lhes
escapava: viviam em um domínio até o esgotamento das reservas, depois
procuravam outros recursos. Sua Corte era integrada pelos fiéis e parentes. A
organização familiar (...) permaneceu idêntica após as invasões: compra de
esposa, direito patemo de justiça, solidariedade familiar, divórcio
excepcionalmente, mas concubinato muito comum, pelo menos entre os Reis. (em: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=79)
A estrutura social dos germanos basicamente não
se diferencia muito da própria Grécia e Roma antiga, a noção do pai como chefe
da família, filhos sobre o domínio do mesmo, mulher submissa e inferior
porem a mesma deve ser guerreira algo que nos lembra muito esparta.
Outro ponto curioso é com a postura com a mulher,
é o direito paterno de justiça que se assemelha a cultura espartana, isto é, o
pai poderia ou não assumir a criança,além
do casamento monogâmico, porém é claro que a traição masculina existia e
não era nada punida,diferentemente da feminina devido a mulher na sociedade
germânica ser símbolo de pureza ,conforme
Maria Sonsoles Guerras afirma (1987, p.15)“ [...] a infidelidade feminina era
castigada com a morte e repúdio, já que a mulher era guardiã da pureza[...]”
A noção de direito não existia, porem o filho era
responsabilidade de seus pais, portanto qualquer falta cometida por ele ou
qualquer outro membro recaia sobre seu responsável que era o chefe da família. A
lei maior que os julgava era o preço do sangue, que conforme o crime pagava-se certo
valor, que podia ser desde animais, até os serviços como a escravidão.
6 RELIGIÃO
Os germanos, não chegaram a ter deuses em comum,
isto é, a personificação e um nome, porém os mesmos possuíam em comum a
adoração a natureza, destes incluem o trovão, sol, chuva e o raio.
Os seus cultos eram bem simples, porem extremamente
ligados a natureza, a maioria de seus ritos, eram realizados ao ar livre, próximo
de locais marcantes como montanhas, rios e florestas.
Apesar desse fator, alguns desses povos, até
devido a incorporação dos mesmos por outros, acabaram adquirindo divindades
semelhantes e até certa padronização, dentre os quais encontramos os deuses, Odin
deus dos mortos da guerra e tempestades, Thor filho de Odin que era deus do
raio e do trovão, Freya deusa do amor e da beleza, Freyr deus da fertilidade e
da paz, e junto com Odin foi um dos deuses mais venerados pelos germanos.
O culto germânico era normalmente guiado por um
druida, algo semelhante ao padre na religião católica. O druida era encarregado
de realizar todos os rituais e escrever as runas, que alem de fazerem parte de
seu alfabeto tinham uma conotação mágica.
Os germanos como um povo guerreiro, acreditavam
que existia um paraíso, esse paraíso era o local aonde todos os guerreiros
mortos em batalhas iam para descansar, esse local era conhecido como Valhalla,
e só iriam para esse paraíso os escolhidos pelas Valquíria, guerreiras que
levam as almas dos mortos para o outro mundo para seu descanso eterno.
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ECONOMIA
Como qualquer civilização de sua época os povos
germânicos eram voltados para a guerra e sua economia vinha dos adventos dela,
porém alguns povos principalmente aqueles que habitavam a regiões razoavelmente
planas, tinham a agricultura como forma de sobrevivência, apesar de possuírem
terras não muito férteis, que inclusive paravam as guerras para fazer a
colheita das mesmas, plantavam desde trigo, aveia, linho, além do domínio sobre
a pecuária, dentre esses boi cavalos e ovelhas.
Como uma civilização guerreira, detinham um
grande avanço na confecção do metal, da manipulação do ferro e do bronze, pois eram
seus principais instrumentos e eram utilizados em suas armas, e a mais comum era
o machado ,também eram mestres na manipulação do ouro, devido os adornos que
utilizavam.
O comércio dos ditos bárbaros com os povos do
mediterrâneo existiu desde sempre, e esse foi um dos motivos das penetrações
germânicas no império romano, juntamente com a necessidade de terras.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, quando eles os povos germânicos são
chamados de bárbaros ,rudes, e não civilizados, estamos totalmente equivocados,
apesar de eles estarem em constantes conflitos com os romanos, detinham uma
cultura e religião riquíssima e que esta presente até hoje, essa denominação
bárbaro, não cabe a nenhum povo da idade antiga especialmente aos germânicos.
Nesse momento gostaria de deixar um apelo, apesar
de existirem diversas obras sobre os bárbaros, a maioria delas são focadas
somente nas invasões dos mesmos ao império romano, alem de outras focadas na
idade média, mas aparentemente a idade antiga parece ter sido esquecida pelos
intelectuais brasileiros, transformando assim qualquer trabalho a respeito da
mesma com poucas referências, além de não encontrarmos fontes primárias para a
pesquisa do assunto.
9 REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
GUERRAS, Maria Sonsoles.
Os Povos Bárbaros, São Paulo: Ática,
1987, p.87
GIORDANI, Mário Curtis. História
dos reinos Bárbaros, Petrópolis: Vozes Ltda. 1970, p.373
SITES
http://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%A1rbaros
Acesso em: 18/06/2012
http://pt.wikipedia.org/wiki/Germanos Acesso em: 18/06/2012
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=79 Acesso em: 21/06/2012
http://www.vopus.org/pt/gnose/antropologia-gnostica/a-mitologia-nordica.html Acesso em: 24/06/2012
http://www.historiadomundo.com.br/germanica/mitologia-germanica.htm Acesso em: 24/06/2012
Por: Guilherme José da Silva Duarte
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